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Capítulo 15 - NOITES DE SANGUE

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  Capítulo 15   O ser que se levantou do caixão tinha no mínimo dois metros de altura. Sua cabeça de longos cabelos crespos escuros chegava a encostar no teto do sótão. Seu rosto tinha uma estranha camada de pele podre escura e avermelhada. Nas órbitas, queimavam duas chamas da cor de sangue. A roupa era preta e muito antiga.             -Vocês, garotas idiotas, estão atrapalhando os meus planos. - esbravejou ele num timbre vibrante e cavernoso de voz. Os três jovens puderam ver suas presas afiadas. – Não era para meu corpo sair do caixão ainda.             -O que é você?- Rachel conseguiu articular uma indagação diante do inumano.             -Eu?- riu ele. – Eu sou Eaque Hollow, um vampiro!             -Era você que estava fazendo meu irmão agir de forma tão estranha, não era?- balbuciou Rachel. No chão, as oito pessoas caídas começavam a respirar ruidosamente. –Mas por que aprisionou todas estas pessoas? Por que fez Brandt nos chamar para ficar com ele?            

Capítulo 14 - NOITES DE SANGUE

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  Capítulo 14     O maníaco investiu contra elas. Mas ambas conseguiram desviar da faca, que atingiu a parede atrás delas, tirando uma lasca de madeira.             Brandt foi mais ágil e conseguiu pegar o rabo-de-cavalo de Nayara. Esta berrou de dor.             O psicopata a jogou contra a parede, segurando-a pelo pescoço, ergueu a faca para assassiná-la, quando Rachel, desesperada, viu um livro grosso, de capa preta, em cima de uma mesinha na outra extremidade do sótão.             Como em um arrepiante filme em câmera lenta, ela correu, pegou o pesado livro, enquanto ouvia os berros e súplicas de Nayara, se virou e, sem pestanejar, usando as duas gélidas e trêmulas mãos, golpeou a cabeça de Brandt com toda a sua força.             O que se ouviu foi o som de um baque surdo. Em seguida o maníaco tonteou e desabou no chão com um estrondo grotesco.             Silêncio.             Só o tum tum tum dos corações das duas jovens que batiam acelerados era ouvido. Nayara

Capítulo 13 - NOITES DE SANGUE

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  Capítulo 13   -Malditas! Malditas! Malditas!- berrava Brandt, insanamente.             Ele largou a sacola que segurava. Esta caiu, espalhando medicamentos pelo sótão. Um vidro rolou até o pé de Rachel. Ela olhou e viu o rótulo que dizia: “Sedativo”.             “Então era assim que ele fazia.” Um pensamento automático passou pela mente de Rachel. “Traziam as pessoas para cá e as dopavam. Mas para quê?”             Atrás de Rachel, Nayara estava em prantos. Aterrorizada.             -Malditas.- repetiu Brandt. – Olhem o que fizeram.- berrou ele, dando um passo em direção a elas, olhando as pessoas deitadas no chão. – Não vou deixar darem nem mais um passo. Eu vou...             -Brandt!- berrou Rachel interrompendo-o. – O que significa isso? Por que você fez isso com essas pessoas? Com nossos próprios tios! Por quê?             -Eu não sou Brandt.- disse ele. O queixo de Rachel caiu. A boca formando um “O” de surpresa. – Meu nome é Eaque Hollow. O corpo do seu irmão é

Capítulo 12 - NOITES DE SANGUE

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  Capítulo 12     Naquele cômodo de madeira pequeno e de teto baixo, estava um aglomerado de casulos, formando uma meia lua no final do sótão, eram oito no total. Todos os casulos com silhuetas humanas, dependurados por grossas teias brancas.             As duas garotas, trêmulas e amedrontadas, se aproximaram daquela cena estranha, tentando entendê-la, de alguma forma, se é que isso seria possível.             -Oh! Meu Deus!- Rachel emitiu um lamento de terror. – Isso é um caixão!?             -Não pode ser...- choramingou Nayara ao seu lado. Os dentes batiam uns contra os outros. –Dentro dos casulos tem pessoas?             No meio dos casulos de silhuetas humanas, estava um grande caixão preto, revestido com adereços de ouro e símbolos místicos.             -Ahhh!!!- gritou Rachel incapaz de conter o susto ao perceber um estranho detalhe: em cada um dos oito casulos saía uma sonda fina que ia até o interior do caixão, entrando por pequenas cavidades nas bordas.    

Capítulo 11 - NOITES DE SANGUE

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  Capítulo 11       -Você tem um grampo de cabelo?- indagou Rachel olhando para o cabelo de Nayara, preso em um rabo-de-cavalo.             -Acho que sim.- disse Nayara procurando o grampo nos cabelos com as mãos. –Achei.             Rachel pegou o grampo da mão da amiga e correu para a porta do sótão.             -Você sabe como abrir fechaduras usando grampos de cabelo?             -Algumas fechaduras eu sei.- respondeu Rachel, tentando abrir a fechadura. –Certa vez um garoto da minha escola lá de Rosa Negra me ensinou.             -Acha que dá para abrir esta aí?- Nayara ficou ao lado de Rachel no patamar das escadas, observando-a.             -Acho que...- não terminou a frase, soltou um gruindo de esforço e escutaram um “Creck!” –Consegui!             A garota abriu a porta, que provocou um rangido sinistro. O cheiro de naftalina encheu o ar.             -Atchim!!!- Nayara começou a espirrar.             -Não vai ter um ataque alérgico agora, não é? - Rache

Capítulo 10 NOITES DE SANGUE

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  Capítulo 10     “Mantenha-se firme, Rachel.” Ela dizia a si mesma. “Mantenha-se firme.”             Já era fim de tarde. Depois que achou os documentos dos tios, tinha certeza que eles não tinham viajado para Lago dos Cisnes como dissera Brandt.             Pouco depois de ter achado os documentos e a mãe tê-la a encontrado no corredor com os olhos cheios de lágrimas, quase desabou e contou tudo a ela. Faltou muito pouco para isso acontecer.             Rachel dissera à mãe que entrara ciscos em seus olhos. A Sra. Wallace não pareceu se convencer disso. Mas não deu muita importância a esse assunto. Disse que logo os tios iriam voltar e elas regressariam a Rosa Negra, a cidade da qual Rachel adorava. Tinha tantos amigos por lá. Estava morrendo de saudades. Pensou em ligar para eles mais tarde.             Às seis horas, após os pais terem ido à casa de um amigo para jogar xadrez, como costumavam fazer no passado, Rachel viu Brandt sair também. Ela o seguiu até a porta pa

Capítulo 9 - NOITES DE SANGUE

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  Capítulo 9   Durante toda aquela noite Rachel mal dormira, pensando no plano para invadir o sótão em busca do misterioso livro. Ela custara a convencer Nayara a ajudá-la. Mas, persuasiva como sempre foi, conseguiu que a pobre e assustada Nayara topasse ajudar.             Seu plano era simples: quando Brandt saísse de casa, nem que fosse só por alguns minutos, ela chamaria Nayara e ambas entrariam no sótão. Procurariam o livro e encontrariam um meio de fazer o irmão voltar ao normal.             Rachel queria que tudo desse certo e fosse fácil. Ela temia encontrar os corpos dos amigos de Brandt no sótão. Rezava para eles não estivessem lá ou, com certeza, ela iria ter um treco.             Mas uma pergunta passou a inquietá-la depois que conversou com Nayara: “Estaria mesmo Brandt possuído por alguma entidade do mal? Ou ele simplesmente usara isso como um mero pretexto para se tornar mais um maníaco homicida e aterrorizar Vale do Medo?”              ***